sexta-feira, 20 de maio de 2011

Cristeros do México

Santos da guerra Cristera

A Igreja Católica reconhece como mártires várias pessoas mortas durante a rebelião Cristera.
Talvez o mais conhecido seja o beato Miguel Pro. Este padre jesuíta foi executado por um pelotão de fuzilamento em 23 de Novembro de 1927, sem direito a julgamento, acusado de que as suas actividades sacerdotais desafiavam o governo.
O governo de Calles esperava utilizar imagens da execução como forma de levar os rebeldes à rendição, mas as fotos produziram o efeito contrário.
Após verem as imagens, que o governo mandara imprimir em todos os jornais, os Cristeros sentiram-se inspirados pelo desejo de seguir o exemplo do padre Pro como mártires por Cristo.
Foi beatificado em 1988.

Em 21 de Maio de 2000, o papa João Paulo II canonizou um grupo de 25 mártires deste período (haviam sido beatificados em 2 de Novembro de 1992). Na sua maioria eram padres que não pegaram em armas, mas que se recusaram a abandonar as suas paróquias, tendo sido executados pelas forças federais.

Outras 13 vítimas do regime anticatólico foram declaradas mártires pela igreja católica, posteriormente beatificadas em 20 de Novembro de 2005 em Guadalajara, Jalisco pelo cardeal José Saraiva Martins.



Cristeros do México

Os mártires: Marcelino, Pollion e Pedro. Afresco (fim do séc. V)- Roma, cemitério de Ponziano Os chamados Cristeros no México, durante a perseguição anticlerical dos anos 20, não se portaram passivamente.
Pelo contrário, eles se levantaram em armas em defesa da Religião e chegaram a derrotar o governo ditatorial anticlerical.
Mas foram obrigados a abandonar as armas e perder os frutos de sua vitória porque foram, por razões um tanto nebulosas, obrigados pelas autoridades eclesiásticas da época a entregarem as armas e abandonar a luta.
Quando, entretanto, eles eram aprisionados e condenados à morte, aceitavam-na voluntariamente, morrendo então como mártires, dando provas de um heroísmo semelhante ao dos primeiros cristãos, bradando “Viva Cristo Rei!”.
Não se pode, outrossim, dizer que os que morrem de armas na mão, em defesa da Igreja ou da Civilização Cristã, sejam necessariamente menos santos do que os mártires.
Aqueles que, ao entrarem na luta, o fazem seriamente movidos por amor de Deus, têm as mesmas disposições do mártir de dar sua vida pela Igreja. Se assim morrerem, Santo Tomás de Aquino os considera Mártires (Suma Teológica, 2.2, q. 124, a. 5 ad 3), embora não possam ser canonizados como tais.
O que importa não é o modo como se morre, mas as disposições internas de uma entrega total, inclusive da vida, para a glória de Deus, em defesa da Igreja, da verdadeira Fé ou da Virtude Cristã.

Em Guadalajara, no dia 3 de Agosto de 1926, cerca de 400 católicos armados encerraram-se na igreja de Nossa Senhora de Guadalupe. Envolveram-se num tiroteio com tropas federais, rendendo-se apenas quando ficaram sem munições. Segundo fontes consulares dos Estados Unidos, este confronto terá causado a morte a 18 pessoas e 40 feridos.

No dia seguinte, em Sahuayo, Michoacán, a igreja paroquial local foi invadida por 240 soldados governamentais. O padre da paróquia e o seu vigário foram mortos na violência que se seguiu. Em 14 de Agosto, agentes governamentais levaram a cabo a eliminação da delegação da Associação da Juventude Católica em Chalchihuites, Zacatecas, executando o seu conselheiro espiritual , o padre Luis Bátiz Sainz.

A partir daqui os acontecimentos sucedem-se de forma muito rápida. Um bando de rancheiros sob a liderança de Pedro Quintanar, ao tomar conhecimento da morte do padre Bátiz, ocupou a tesouraria local e declara-se em rebelião. No auge da sua rebelião controlava uma região que incluía toda a parte norte de Jalisco.

Outro levantamento foi liderado pelo presidente da câmara de Pénjamo, Guanajuato, Luis Navarro Origel, com início em 28 de Setembro. Os seus homens foram derrotados pelo exército federal em terreno aberto junto daquela localidade, mas retiraram-se para as montanhas onde continuaram como guerrilheiros. Seguiu-se um outro levantamento em Durango liderado por Trinidad Mora em 29 de Setembro e em 4 de Outubro a rebelião liderada pelo antigo general Rodolfo Gallegos no sul de Guanajuato. Ambos lideres destes levantamentos foram obrigados a recorrer a tácticas de guerrilha, pois não podiam fazer face ao exército federal em campo aberto.

Entretanto, os rebeldes em Jalisco (particularmente na região a norte de Guadalajara) começaram a reunir as suas forças. Esta região tornou-se o foco principal da rebelião liderada por René Capistran Garza, líder da Associação Mexicana da Juventude Católica, que teve início a 1 de Janeiro de 1927.

http://pt.wikipedia.org/wiki/Guerra_Cristera

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