segunda-feira, 22 de agosto de 2011

Turismo religioso: Catedral do Sal

A Catedral de Sal encontra-se na cidade de Zipaquirá, povoação do Departamento de Cundinamarca, a 49 quilômetros a norte do Distrito Capital de Bogotá e a uma altitude de 2.652 msnm. Por ferrovia, a Catedral dista cerca de 48 quilômetros da cidade de Bogotá; o percurso é realizado pelo Comboio Turístico da Savana. A povoação não é somente célebre pela exploração de sal, mas também por um dos achados de restos humanos mais antigos da Colômbia no sítio arqueológico de El
Abra.

A Catedral faz parte do complexo temático O Parque do Sal, o qual tem uma área de 32 ha e constitui uma reserva natural que contrasta com uma das atividades de exploração dos recursos que mais altera os ecossistemas: a mineração. O Parque, em união com a Catedral de Sal, é objetivo do turismo nacional e internacional e interessa em particular ao ecoturismo, ao turismo religioso e aos amadores das ciências geológicas.
Os locais mais importantes do Parque do Sal são:
A praça em onde se encontra a cruz (de 4,20 m de altura) no qual se denomina "El Eje Sacro" ("O Eixo Sacro").
O Domo Salino
A Mina
O "Museu da Salmoura", construído nos tanques já em desuso. É um dos lugares mais importantes do Parque do Sal depois da Catedral. No mesmo, o visitante adquire uma idéia pedagógica do processo da exploração da sal, os estudos geológicos e a história, construção e engenharia da Catedral de Sal.
A barragem
A área de florestas
A "Catedral de Sal", igreja subterrânea em onde se encontra além do santuário religioso, o Auditório.

Os depósitos de sal das Montanhas de Zipaquirá têm uma datação de 200 milhões de anos, erguidos no Cenozóico tardio, faz 30 milhões de anos e concentrados no lugar onde hoje se encontram. Sob pressão e calor, o sal desloca-se de maneira similar aos glaciares, pelo qual se perde o rasto da estratificação e se cria uma massa homogênea de sal.
A acumulação dos depósitos de sal formaram montanhas acima do nível do altiplano, o que facilitou a escavação de túneis para a sua extração. Evidências de antigas explorações das jazidas datam de tempos prévios à chegada dos espanhóis durante o século XVI.
As minas já tinham tradição de santuário religioso dos mineiros antes da construção da Catedral em 1954, a qual foi dedicada a Nossa Senhora do Rosário, que na religiosidade católica é a Padroeira dos Mineiros.

A Catedral inicial tinha três naves grandes com colunas improvisadas dominadas por uma grande cruz iluminada. Com o passo dos anos essa primeira Catedral voltou-se insegura e foi fechada em 1990. Em Dezembro de 1995 foi inaugurada a atual Catedral.
A construção da catedral antiga começou a 7 de Outubro de 1950 e foi inaugurada a 15 de Agosto de 1954 nas antigas galerias cavadas pelos muiscas dois séculos antes. Em 1932, Luis Ángel Arango teve a idéia de construir uma capela subterrânea levado pela devoção que os operários demonstravam antes de iniciar a sua jornada de trabalho. Estes enfeitavam os socavões com imagens religiosas dos seus santos aos que pediam bendição e proteção.
A mina possuía então quatro níveis de escavação, cada um de eles com um comprimento de 80 m . A Catedral Salina estava situada no segundo nível da montanha.
A Basílica tinha um comprimento de 120 m, uma superfície habitável de 5.500 m² e uma altura de 22 m . No seu interior podia albergar 8.000 pessoas.
Ao fundo da basílica localizava-se uma grande cruz de madeira, iluminada desde a sua base e que projetava sobre o teto uma sombra que simbolizava a um Cristo com os braços abertos.
Na nave direita encontravam-se o coro e as estações do Via Crucis decoradas com grandes números romanos dourados. No fundo desta nave situava-se a capela da Virgem do Rosário, em cujo altar lavrado na rocha estava a imagem da Virgem, moldada por Daniel Rodríguez Moreno. A imagem, que tem uma dimensão de 70 cm de altura, foi transladada para a nova Catedral.
A nave esquerda possuía uma gruta que simbolizava o nascimento de Jesus; este espaço conduzia ao Batistério que era representado por uma cascata, símbolo do batizo de Jesus Cristo.
A antiga Catedral foi fechada em 1990 devido à falta de segurança para os visitantes e a falhas estruturais da mesma.

A Catedral atual foi começada em 1991, 60 m por baixo da Catedral antiga. O "Instituto de Fomento Industrial", a "Concessão Salinas" e a "Sociedade de Arquitetos" abriram o concurso de arquitetura para a nova Catedral de Sal de Zipaquirá em substituição da antiga.
O projeto do arquiteto Roswell Garavito Pearl, que ganhou o concurso, compreendeu câmbios estruturais no túnel de ingresso, a cúpula e a sacristia. O desenho compreende as seguintes três seções principais:
O Via Crucis: A porta de ingresso conduz ao túnel, ao longo do qual se encontram as estações do Via Crucis, que consistem em pequenos altares talhados em rocha de sal. O túnel conduz para a Cúpula.
A Cúpula, a rampa de descenso e as varandas: Chega-se então à rampa do descenso principal. A seção intermédia parte desde a Cúpula, desde a qual se pode observar a cruz em baixo-relevo. Desde aí se pode descer para as varandas sobre as câmaras, o coro e as escadas do labirinto do Nártex.
As naves da Catedral: O trecho final conduz ao centro da Catedral em onde se dividem as estruturas espaçais da mesma. Estas estruturas estão intercomunicadas por uma fenda que simboliza o nascimento e morte de Cristo. Na nave central está a cruz de 16 m, o altar-mor e o comungatório que separa o santuário da Assembléia; na profundeza da nave encontra-se "A Criação do Homem", homenagem a Michelangelo, obra talhada em mármore do escultor Carlos Enrique Rodríguez Arango. Quatro imensas colunas cilíndricas simbolizam os quatro evangelistas e estas estão atravessadas por uma fenda que simboliza a Natividade.
A nova catedral foi inaugurada em Dezembro de 1995.


FOTOS 


A Catedral faz parte do Parque temático.
Esta é a entrada das galerias subterrâneas do Santuário,
presidida por um alto-relevo que faz homenagem
aos mineiros do sal, os responsáveis de fazer desta
velha mina um espaço religioso e cultural.

Ao longo da galeria de acesso encontram-se as estações do Via Crucis.

Embora subterrânea, não há Catedral sem cúpula.
Após passar a Via do Via Crucis, encontra-se a cúpula da Catedral.

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