segunda-feira, 8 de fevereiro de 2010

TÍTULOS DE NOSSA SENHORA I


Nossa Senhora Aparecida
A padroeira do Brasil

No ano de 1717, Dom Pedro de Almeida e Portugal, Conde de Assumar, passou na Vila de Guaratinguetá, no Vale do Paraíba, estado de São Paulo, com destino a Minas Gerais. A Câmara local, empenhada em receber tão grande autoridade, cuidou de preparar um banquete à altura da importante visita. Para tanto, pescadores locais foram convocados a trazerem muito peixe para o senhor conde e sua comitiva. A ordem foi prontamente atendida pelos pescadores Domingos Garcia, João Alves e Filipe Pedroso que lançaram suas redes no porto de Itaguaçu (no rio Paraíba). Seus esforços revelaram-se inúteis. Fizeram uma segunda tentativa, próximo a Guaratinguetá. Dessa vez, para surpresa dos homens, a rede trouxe uma imagem de Nossa Senhora da Conceição, sem a cabeça.

Após mais alguns lançamentos da rede conseguiram a parte que faltava à escultura. Lavaram cuidadosamente a imagem e envolveram-na em panos, prosseguindo a pesca. Tantos peixes vieram à rede que tiveram que finalizar seus trabalhos.

Filipe Pedroso, homem piedoso, guardando as redes, levou a imagem para casa. Era de fato uma imagem de Nossa Senhora da Conceição, feita de terra-cota, de cor escura. O pescador ficou com esta imagem em seu poder durante 15 anos.

Quando mudou-se para Itaguaçu, deixou-a com seu filho Atanásio, que construiu um singelo oratório-capela onde amigos e vizinhos se encontravam para rezar o terço.

Têm início os prodígios. Certa noite, durante a oração do terço, as velas que iluminavam a imagem se apagaram subitamente, sem que houvesse nenhuma corrente de ar que justificasse tal acontecimento. Silvana Rocha dirigiu-se ao altar para acender as velas novamente. Foi então que tudo se aclarou, as velas se acenderam novamente, sem intervenção de ninguém.

Outro acontecimento que mereceu registro: um escravo, de nome Zacarias, veio suplicar à Virgem que o libertasse do jugo de um senhor cruel. Grande milagre sucede: caem-lhe das mãos os ferros, sinal de sua condição de escravo. Nossa Senhora atendera seus rogos. Agora, Zacarias era um homem livre e feliz. As correntes do escravo Zacarias começaram a enriquecer o acervo dos milagres.

Foram aumentando as graças concedidas por Nossa Senhora. Era imperioso construir-se uma capela maior num local mais adequado. O vigário de Guaratinguetá pediu licença ao bispo do Rio de Janeiro, e uma vez escolhido o Morro dos Coqueiros como lugar mais apropriado, em 1743 se iniciou a construção de uma espaçosa capela, que ficou concluída em 1745. No dia 26 de julho, na Festa de Santana, foi benta e celebrou-se a primeira missa. E multiplicaram-se as romarias. A capela foi diversas vezes reformada e aumentada, até que em 1846 começou a ser substituída pela atual. A 8 de dezembro de 1888 foi o novo santuário bento e inaugurado pelo bispo D. Lino Rodrigues de Carvalho.

Em 1894, chegam os Missionários Redentoristas, que iniciaram um admirável trabalho de evangelização e acolhida dos peregrinos. Eles difundiram por todo o país a devoção à Senhora Aparecida.
No dia 8 de setembro de 1904, Dom José de Camargo Barros colocou sobre a imagem da Virgem uma coroa de ouro e pedras preciosas doada pela Princesa Isabel. O 25º aniversário da coroação da imagem, em setembro de 1929, foi de um brilho inigualável. Grandes romarias, belas celebrações e um Congresso Mariano demonstraram o afeto que o país inteiro devotava à Virgem Aparecida. Nas sessões deste congresso o povo apresentou o desejo de que Nossa Senhora Aparecida fosse declarada padroeira do Brasil. O Papa Pio XI, sensível aos anseios do povo brasileiro, assinou a 16 de julho de 1930 o decreto em que proclamou Nossa Senhora Aparecida Padroeira da Nação Brasileira. Diz o decreto: "Declaramos e constituímos a Beatíssima Virgem Maria concebida sem mancha, sob o título de Aparecida, Padroeira de todo o Brasil".

Em 1931, a imagem visitou a então capital federal, a cidade do Rio de Janeiro, pela iniciativa do cardeal D. Sebastião Leme.
Mais de um milhão de fiéis, aclamaram Nossa Senhora Aparecida Padroeira do Brasil.
Com o passar do tempo, a devoção a Nossa Senhora Aparecida foi aumentando cada vez mais. A primeira Basílica tornou-se pequena. Era necessária a construção de outro templo, bem maior, que pudesse acomodar tantos romeiros. Por iniciativa dos Missionários Redentoristas e dos Senhores Bispos, teve início a 11 de novembro de 1955 a construção de uma outra igreja, atual Basílica Nova, o maior Santuário Mariano do mundo.

Em 1980, ainda em construção, foi consagrada pelo Papa João Paulo II e recebeu o título de Basílica Menor. Em 1984, a Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) declarou oficialmente a Basílica de Aparecida Santuário Nacional.

Em 8 de setembro de 2004 a imagem recebeu uma nova coroa.
Sua festa é celebrada no dia 12 de outubro.
--------------------------------------------------------------------------------------

NOSSA SENHORA DA ABADIA

Também conhecida como Santa Maria do Bouro, por ser originária do convento do Bouro, próximo à cidade de Braga, em Portugal. A imagem, muito antiga, pertencia a um recolhimento religioso chamado Mosteiro das Montanhas, que existia naqueles arredores por volta do ano 883. Com a invasão dos sarracenos, os religiosos escaparam levando consigo a imagem da Virgem.

No tempo do Conde Dom Henrique, um fidalgo chamado Pelágio Amado, tendo-se enviuvado, decidiu consagrar sua vida à oração e à penitência, abandonando a corte. Dirigindo-se a Braga, ali encontra, mais precisamente na ermida de São Miguel, um santo ermitão chamado Frei Lourenço.

Pelágio o procura suplicando-lhe para que o aceitasse como discípulo. O velho eremita, a princípio, duvidou que um homem tão débil fosse capaz de seguí-lo em sua vida austeríssima. Frei Lourenço tirou-lhe os nobres trajes e ofereceu-lhe o hábito de eremita. Pelágio cresceu de tal forma na vida de santidade que causou admiração ao próprio mestre.

Cada um vivia em sua cela. Certa noite, o novo eremita Pelágio observou no meio do vale uma grande claridade. Contando ao velho a respeito da estranha luminosidade, na noite seguinte ficaram vigiando e os dois viram o resplendor que saía de uma das pedras iluminando grande parte daqueles vales. Ao amanhecer, trataram de constatar a razão do fenômeno.

Para surpresa de ambos, encontraram entre as pedras uma imagem muito antiga da Virgem Maria. Felizes por tal descoberta, ajoelharam-se agradecendo a Deus por aquele favor. Mudaram as celas do alto do monte para aquele local.

Fizeram uma ermida e ali depositaram reverentemente a santa imagem.

O arcebispo de Braga teve notícia do prodígio e foi pessoalmente visitar a ermida. Vendo a pobreza com que aqueles homens viviam, ordenou o prelado a construção de uma igreja de pedra lavrada, digna de abrigar a Mãe de Deus. Aos poucos foram aparecendo homens dispostos a se consagrarem a Deus e, unidos aos primeiros eremitas, formaram uma comunidade religiosa. Espalhou-se a fama de Nossa Senhora da Abadia. Seus milagres foram-se difundindo pela terra portuguesa. O próprio rei Dom Afonso Henriques foi pessoalmente visitar o santuário, onde deixou uma boa esmola para o culto divino e as necessidades daqueles servos de Deus.

Após a descoberta do novo mundo, a imagem de Nossa Senhora d'Abadia foi trazida ao Brasil, certamente, por algum devoto bracarense, que a entronizou nos chapadões do próspero "Triângulo Mineiro", onde encontramos várias cidades que têm Santa Maria do Bouro como padroeira. Passou depois para Goiás, localizando-se principalmente em Muquém e na antiga capital da província, a Vila Boa, que ainda conserva sua bela matriz, construída no século XVIII.

Na progressista cidade de Uberaba, Minas Gerais, cultua-se mui piedosamente a Virgem Maria sob o título de Santa Maria do Bouro. Sua igreja, construída em fins do século passado, possuía em suas proximidades uma cisterna cuja água era considerada milagrosa. Fiéis vinham de longe em busca dessa água santa. Devido aos abusos, certo dia, inexplicavelmente, a cisterna secou. Celebrada no dia 15 de agosto, a festa de Nossa Senhora da Abadia reúne centenas de devotos que se dirigem à Virgem do Bouro para fazer seus pedidos e apresentar sua gratidão pelas graças recebidas.

Festa celebrada no dia 15 de agosto

-----------------------------------------------------------------------------
NOSSA SENHORA DA ALEGRIA

Gianna Talone Sullivan é a vidente de Emmitsburg, Estado de Maryland. Ela recebe mensagens de Nossa Senhora.

Mensagem principal: Conversão, humildade diante de Deus.

Palavras de Nossa Senhora: Nossa Senhora da Alegria

"É tempo, Meus pequenos, de vocês começarem a viver na unidade. Há pessoas demais vivendo nos caminhos da divisão e da crueldade, pela falta de bondade. Por favor, retornem a Deus. Rezem com o coração e Ele os guiará para viverem na unidade através do amor. Por favor, por favor, por favor, amem-se uns aos outros. Como posso dar-lhes novas mensagens se vocês não estão vivendo as que já existem?"

"Lembrem-se, meus pequenos, que se vocês não conseguem ser pacientes com suas próprias imperfeições, como podem esperar que os outros sejam perfeitos? Suportem com paciência todas as tribulações, suas e dos outros. Olhem para Jesus. Ele os ama. Há expectativas demais nos homens, e isto resulta em impaciência, amargura e ódio."

Mensagem de 24 de novembro de 1993, que Nossa Senhora pediu que fosse lida a todos: "Meus pequenos, vocês sabem que, pela atual condição do mundo, se Eu viesse até vocês apenas uma vez, ninguém ouviria Meus apelos? Mas, como Meu Filho os ama tão incondicionalmente, Ele Se humilhou permitindo-Me vir até vocês de maneira constante, para ajudá-los e pedir-lhes seu amor incondicional. Como Mãe de vocês, Eu lhes peço que se humilhem para Meu FIlho. Vão diante dele no Santíssimo Sacramento, cubram-No de amor, para que Ele atenue o que está para vir. Não peçam que Ele satisfaça seus desejos Ele sabe do que vocês precisam para a felicidade eterna. Simplesmente amem-No, louvem-No, pois Ele é o Deus de vocês. Ele é o Filho de Deus. Vocês todos se tornaram muito indiferentes, falhando em descobrir quem é seu Deus. Sua maneira mortal e humana de agir causou divisão e espalhou a destruição, por causa de seus desejos de controle. Agora lhes peço, nestes últimos dias em que estarei aqui, que amem Jesus e sigam Seus caminhos, como está nas escrituras. Não há ninguém de vocês que ame Meu Filho sem esperar consolação em troca? Como posso ajudá-los se, quando Ele os testa, vocês não Me permitem ser sua Medianeira da Graça? Ponham de lado seus desejos humanos e olhem para o que é divino.

Eu os abençôo, Meus pequenos. Eu os amo e agradeço por tomarem a sério este chamado ao amor. Paz a vocês, em nome de Jesus. Ele é o Deus de vocês, quer o reconheçam ou não. Dia virá em que todos saberão a verdade. Paz."

"Meu Filho deseja agraciá-los com muitas virtudes, mas primeiro os vícios da carne precisam ser moderados. Meu Filho deseja que todos recebam Minhas virtudes de paciência, fé, amor, doçura, sabedoria, caridade, humildade, obediência e esperança, e oração."

"Descansem no Sagrado Coração de Meu Filho. Se levantarem suas cabeças de Seu jugo, vocês serão feridos. Olhem para Ele! Jesus é sua proteção, amor, e íntimo amigo. Abençoados os mansos e humildes de coração. Simples, ainda que tão consumidos pela chama de Seu Sagrado Coração, vocês são todos chamados a ser santos, sendo mansos e humildes de coração. Olhem para Meu FIlho. Ele irá moderar seus vícios com amor. O amor filtrará suas almas e consumirá todo o seu ser."
"Eu os amo, Meus filhinhos, e lhes dou Meu maior tesouro, Meu Filho, Meu Coração."


------------------------------------------------------------------------------

NOSSA SENHORA DA APRESENTAÇÃO
A memória da apresentação da Virgem Maria é celebrada no dia 21 de novembro, quando se comemora um dos momentos sagrados da vida da Mãe de Deus, sua apresentação no Templo por seus pais Joaquim e Ana.
Nenhum livro da Sagrada Escritura relata este acontecimento, sendo fartamente tratado nas escrituras apócrifas, que não são reconhecidas como inspiradas. Segundo esses apócrifos, a apresentação de Maria foi muito solene. Tanto no momento de sua oferta como durante o tempo de sua permanência no Templo verificaram-se alguns fatos prodigiosos: Maria, conforme a promessa feita pelos seus pais, foi conduzida ao Templo aos três anos, acompanhada por um grande número de meninas que seguravam tochas acesas, com a presença de autoridades de Jerusalém e entre cantos angélicos.
Para subir ao Templo havia 15 degraus, que Maria subiu sozinha, embora fosse tão pequena. Os apócrifos dizem ainda que Maria no Templo se alimentava com uma comida extraordinária trazida diretamente pelos anjos e que ela não residia com as outras meninas. Segundo a mesma tradição apócrifa ela teria ali permanecido doze anos, saindo apenas para desposar São José.
O Imperador Justiniano acreditava que A Virgem Maria esteve algum tempo no Templo, visto que ele permitiu que se construísse uma Basílica na plataforma onde ficava o Templo em memória ao tempo da estadia de Nossa Senhora no Templo. Esta igreja era chamada de Nova Santa Maria para distingui-la da igreja da Natividade. Hoje existe em seu local uma moderna mesquita chamada el-Aksa.
Por outro lado, pelas descrições de algum valor cientifico que se tem do Templo, não se encontra nenhum lugar para se colocar ou educar jovens. Talvez por isto a Igreja é silenciosa com relação a estadia de Maria no Templo.
Outros historiadores acham que como a casa de Joaquim e Ana não era longe do Templo, é mais provável que ela vivesse na casa de seus pais e fosse ao Templo sagrado para suas orações e cumprir suas devoções.

A apresentação de Maria deve ter sido modesta e ao mesmo tempo gloriosa. Foi de fato através deste serviço ao Senhor no Templo, que Maria preparou o seu corpo, mas sobretudo a sua alma, para receber o Filho de Deus, realizando em si mesma a palavra de Cristo:
"Mais felizes são os que ouvem a palavra de Deus e a põem em prática".
Na Igreja Oriental, a festa da Apresentação é celebrada desde o século VII, no dia 21 de novembro, aniversário da Dedicação da Igreja de Santa Maria Nova, em Jerusalém. Contudo , ela só foi estabelecida na Igreja Ocidental no século XIV pelo Papa Gregório XI, a pedido do embaixador de Chipre junto à Santa Sé. A cidade de Avingnon, na França, residência dos papas naquela época, teve a glória de ser a primeira do Ocidente a celebrar a nova festividade em 1732.
Desde então este episódio da vida de Maria Santíssima começou a despertar o interesse dos cristãos e dos artistas, surgindo belíssimas pinturas sobre o tema da Apresentação.
A primeira paróquia dedicada a esta invocação mariana no Brasil ocorreu em 1599, na cidade de Natal, Rio Grande do Norte. A cidade de Porto Calvo, em Alagoas, palco de diversas batalhas entre brasileiros e tropas invasoras, durante a guerra holandesa, tem também como padroeira a Senhora da Apresentação.
No Rio de Janeiro, o bairro do Irajá, era antigamente um vasto campo público, destinado à pastagem e descanso do gado que descia para o consumo da cidade. Em 1644 ali foi erigida uma pequena e humilde capela sob o patrocínio de Nossa Senhora da Apresentação pelo Pe. Gaspar da Costa, que foi mais tarde o seu primeiro Vigário e cujo pai possuía propriedades nos arredores. A igrejinha foi reformada, ampliada e transformada em paróquia, uma das mais antigas do Rio de Janeiro.

Sua festa é celebrada no dia 21 de novembro.

------------------------------------------------------------------------------

NOSSA SENHORA DA VITÓRIA

No século XV a Espanha fazia esforços para expulsar os mouros de Granada, seu último bastião ibérico. Na época dos reis católicos Fernando e D. Isabel, São Francisco de Paula enviou os frades penitentes: Padre Bernardino da Cropalati e Padre Giacomo L' Espervier para acalmarem os temores dos reis quanto a invasão muçulmana. Três dias após a chegada dos dois missionários, os mouros foram derrotados. Isto ocorreu em 18 de agosto de 1487, e em gratidão ao obtido, os reis mandaram erguer uma Igreja com o nome de Nossa Senhora da Vitória, no lugar onde estivera a tenda real na época das batalhas. Assim, os religiosos desta ordem na Espanha, foram chamados de Frades da Vitória. Seguindo a mesma idéia, o então Vigário - Pe. Carlos Gomez, da Igreja São Francisco de Paula, na Barra da Tijuca, em 1991, sugeriu o nome de Nossa Senhora da Vitória a récem erguida Paróquia no Alfa-Barra, a qual foi um desmembramento de sua Igreja. Desde então, a nova Paróquia ficou sob a responsabilidade do Pe. Joel Amado.

Foi declarada padroeira da Málaga pelo Papa Pio IX em 12 de dezembro de 1867
E foi coroada cononicamente em 8 de fevereiro de 1943.

Sua festa é celebrada no dia 8 de setembro.
Outros festejam no dia 15 de agosto.

A Bahia de Todos os Santos já era conhecida desde a primeira Expedição Exploradora de 1501, enviada pelo Rei de Portugal para fazer um reconhecimento do território recém – descoberto.

Muito antes da vinda dos primeiros donatários, existia ali uma verdadeira colônia de portugueses que viviam em perfeita harmonia com os índios, sob a direção de Diogo Alvares, o Caramurú. Até uma igrejinha, a de Nossa Senhora da Graça, havia sido erguida sob o patrocínio de Catarina Alvares, a esposa do pioneiro.

Pouco depois, chegou àquelas paragens do Novo Mundo o donatário Francisco Pereira Coutinho, a quem El-Rei havia doado as terras para que as povoasse e desenvolvesse. Entretanto, apesar de no início ter ele conseguido uma paz relativa com os indígenas, os abusos e provocações dos colonos irritaram os selvagens e as lutas recomeçaram, sem que o próprio Diogo Alvares fosse capaz de evitá-las.

Em um destes combates, os portugueses foram assediados por numeroso exército de silvícolas, que tentavam expulsá-los de suas terras. Os lusitanos, desesperados, recorreram á Virgem Maria e, após uma renhida batalha, conseguiram derrotar os inimigos. Em agradecimento à proteção da Mãe de Deus, deram-lhe o título de Senhora da Vitória e construíram um templo em sua homenagem, que foi a primeira paróquia e Igreja matriz da Bahia.

Quando Tomé de Sousa, o primeiro governador-geral, veio para o Brasil em 1549 e fundou a cidade de Salvador, já encontrou a capela da Vitória e a conservou em memória dos primitivos tempos da colonização. Esta Igreja, reconstruída várias vezes, conserva atualmente a fachada da reforma levada a efeito com o auxilio dado pelo Príncipe Regente Dom João, quando ali esteve em 1808, e obedece a desenho neoclássico.

A invocação de Nossa Senhora da Vitória já existia em Portugal desde o tempo de Dom João I, quando este rei, grato à Virgem Maria pela vitória alcançada em Aljubarrota contra os castelhanos, mandara construir um Mosteiro e um Santuário, talvez o mais velho em estilo gótico português, que recebeu o nome de Santa Maria da Vitória, porém é conhecido hoje em dia como “A Batalha”, que é sem dúvida uma das obras primas da arquitetura religiosa lusitana.

Em 1571, a esquadra cristã conseguiu o estrondoso triunfo contra os turcos na batalha naval de Lepanto, afastando definitivamente do continente europeu o perigo muçulmano, que o ameaçara durante vários séculos. O Papa Pio V então, em sinal de gratidão, deu à Virgem Maria o título de Nossa Senhora da Vitória. Naquela ocasião, o desconhecido Brasil, talvez devido à herança da fé portuguesa, já possuía dois Santuários dedicados a esta devoção: o de Salvador e o da capital do Espírito Santo. A vila de Nossa Senhora da Vitória foi fundada em 1551 pelo donatário Vasco Fernandes Coutinho, em reconhecimento à proteção de Maria Santíssima num combate contra os Índios Goitacases.

A capital capixaba possui hoje um importante templo em estilo neogótico, imagem datando certamente do início do século XX, com belos vitrais coloridos. A imagem da Padroeira é moderna e representa a Virgem com o menino Jesus no braço esquerdo e a palma da vitória na mão direita.

A efígie da primitiva Igreja de Salvador, contrastando com a do Espírito Santo, é muito antiga e consta que fora enviada pelo rei Dom Manuel. Estudiosos do assunto, contudo, acham mais provável que ela tenha sido presente de Dom João III, que a entregou a Tomé de Sousa para que ele a trouxesse em sua companhia e lhe dedicasse a primeira paróquia do Brasil. Ela está atualmente na sacristia da Matriz, porém a tradicional palma de prata sobredourada e ornamentada de pedras verdes e vermelhas que lhe foi oferecida após a vitória contra os índios está guardada para evitar ser a presa de ladrões, que atualmente andam à procura de tesouros das Igrejas. A santa que figura sobre o altar-mor é de estilo barroco, datado do século XVII ou XVIII.

Nossa Senhora da Vitória é a mais venerada no Nordeste brasileiro e geralmente em antigas vilas, que datam do inicio da colonização de nosso país. Assim, pois a encontramos no Piauí, na cidade de Oeiras, sua primeira capital, antigamente denominada Vila de Mocha, que nasceu em redor da capela de Nossa Senhora da Vitória em 1697. Em São Luiz do Maranhão, na luta contra os holandeses em 1662, Ela apareceu no outeiro da Cruz, transformando em pólvora a areia branca da estrada, o que permitiu a vitória dos brasileiros contra os flamengos, que fugiram espavoridos. Por isso a Catedral daquela capital é dedicada à Virgem da Vitória e sua estátua aparece no alto do frontão, entre as duas torres cujos sinos badalam há mais de trezentos anos, nas grandes festas maranhenses.

Outra lenda interessante é a da Igreja de Ilhéus, edificada por volta de 1530, quando a luta entre colonos e indígenas estava mais acirrada. Conta-se que numa das batalhas contra os Aimorés uma linda senhora branca, montada em garboso cavalo, ia à frente dos colonizadores assustando os selvagens, que foram vencidos. A fim de celebrar este acontecimento, a capela, que estava sendo construída com auxílio das mulheres, foi dedicada a Nossa Senhora da Vitória.

Até hoje, no dia 15 de agosto, a Padroeira é festejada com missas na colina sagrada do templo e procissões acompanhadas de solenidades, nas quais se destacam as belas imagens do século XVII. Uma das maiores atrações populares é a lavagem da ponte Lomanto Júnior, que liga Ilhéus ao continente, e conta com a participação do grande público local, que se reúne para homenagear à Senhora da Vitória.

Iconografia:
Nossa Senhora é representada de pé, com o Menino Jesus no braço esquerdo, segurando coa mão direita a palma, símbolo da vitória. Maria veste uma túnica coberta por um manto enfeitado de desenhos dourados. Sobre o véu usa uma coroa, que aparece também na cabeça de seu Filho.

A Senhora da Vitória da Igreja de São Francisco de Paula, no Rio de Janeiro, tem na mão direita um estandarte de cetim branco, bordado a ouro.

Existe ainda a invocação de Nossa Senhora das Vitórias de origem francesa. A Mãe de Deus se apresenta de pé, vestida de uma túnica branca e um manto azul, que lhe envolve o corpo, e segura com as duas mãos o Menino Jesus, de pé sobre o globo terrestre, colocado à direita de Maria. Ambos são coroados.

----------------------------------------------------------------

NOSSA SENHORA DA GUIA

O título de Nossa Senhora da Guia é litúrgico e se origina do fato de ter a Santíssima Virgem “guiado” Jesus durante a sua infância e juventude. Foi Ela quem o nutriu, guiou-lhe os primeiros passos e ensinou-lhe as mais lindas palavras, Jesus não precisava disso mas quis tornar-se homem e ser criado como todos o fomos. Na igreja ortodoxa Ela é venerada sob o nome “Odigitria” que significa condutora, guia.

Se Nossa Senhora serviu de Guia a Seu Filho, que era Deus, quanto mais nós, pobres mortais precisamos dessa direção.

A Virgem Maria se apresenta geralmente sentada, segurando com as mãos o Menino Jesus, como se quisesse ampara-Lo. No entanto, na fachada da igreja de Cabedelo, Ela está com a mão direita estendida aos devotos, como para guia-los.

As representações modernas da Senhora da Guia são pinturas ou gravuras e mostram Maria a meio corpo, vestida de uma túnica branca franzida no decote e um manto azul. Tem a cabeça semi coberta por um véu braço curto e as mãos unidas em oração. Não tem o Menino Jesus e nem coroa, e de cada lado vêem-se dois anjos, um em cima e outro embaixo.

Ela aparece também algumas vezes com uma estrela na mão direita, lembrando o simbolismo da Estrela de Belém, que guiou os Três Reis Magos até a manjedoura, onde se encontrava o Deus Menino.

A primeira festa em honra de N. Sra. da Guia foi realizada em 6 de Outubro do ano de 1884, e desde então passou a ser realizadas todos os anos, no 1º Domingo de Agosto
-----------------------------------------------------

NOSSA SENHORA ANUNCIADA

Em Setúbal, Portugal, surgiu a devoção a Maria com o título de Anunciada. Este nome, segundo a tradição, nasceu a partir do "anúncio" que uma senhora fez ao deparar com pequena imagem representando a Mãe de Deus.

Uma pobre mulher costumava ir à praia procurar lenha para cozinhar ou para se esquentar. Numa das vezes, ao acender o fogo, quando colocava os gravetos para alimentar as chamas, um deles saltou dali para o meio da casa. Sem nada suspeitar, a anciã recolocou-o no fogão. Novamente o graveto saltou longe, jogado por uma força invisível. Isto aconteceu por umas três vezes, o que despertou a curiosidade daquela senhora. Ela pegou o graveto, para examinar de perto o que o forçava saltar. Observou tratar-se não de um cavaco qualquer, mas, de uma pequena imagem da Mãe de Deus. Estava incrustada naquele pau miúdo, medindo, aproximadamente, "um terço de palmo" conforme relato de José Custódio Vieira da Silva, em Setúbal, 1990. Espantada, a senhora gritou: "Virgem Anunciada"! Saiu às pressas, "anunciar" às vizinhas o fato prodigioso. Daí a origem do nome. As piedosas companheiras foram ver a Senhora Anunciada. Todo o povo de Setúbal e alguns padres foram conferir o acontecido. Os eclesiásticos deliberaram que se colocasse a santa imagem em lugar conveniente.

Esta tradição que vem de pais para filhos, encontra-se registrada no "Cartório" da Confraria de Nossa Senhora da Anunciada. Ocorreu no tempo dos reis Dom Sancho II ou Dom Afonso III, por volta dos anos 1235 a 1250.

Entre os acontecimentos mais notórios ocorridos por intercessão de Nossa Senhora da Anunciada, foi a chuva abundante que caiu, imediatamente quando terminou uma procissão de penitência. A seca vinha a dois anos sacrificando toda a região, reduzindo as terras em seixos, secando os poços, fontes e rios, causando muito incômodo a todos os seres vivos. Tanta repercussão causou esse "milagre" que muitas celebridades solicitaram o ingresso na Irmandade. Entre elas D. João III e Dom Sebastião. A imagem recebeu outros nomes: "Senhora da Água; Senhora Pequenina; Senhora Angelical". O mais conhecido é Anunciada. Em dias determinados, a imagem era exposta à veneração dos fiéis, em agradecimento pelo generoso amparo com a chuva abundante.

Sua festa é celebrada em 25 de março.
---------------------------------------------------------------


NOSSA SENHORA DA ASSUNÇÃO - 
NOSSA SENHORA DA GLÓRIA

Concebida sem pecado, Maria recebeu a recompensa por todo o bem que fez neste mundo! Ela, a serva fiel, que se entregou a Deus de corpo e alma para gerar o Salvador; ela que, no silêncio tudo guardou no coração sem jamais questionar a vontade do Pai, mereceu um privilégio que não foi concedido a nenhum ser humano: foi elevada aos céus pelos anjos, em corpo e alma. Cremos com a Igreja nessa verdade que foi proclamada como dogma de fé pelo Papa Pio XII, durante o ano santo de 1950: Maria não precisou aguardar, como as outras criaturas, o fim dos tempos para obter também a ressurreição corpórea.

A elevação gloriosa de Maria aos céus é celebrada em toda a Igreja no dia 15 de agosto. Ela foi totalmente assumida por Deus e colocada na glória celeste.

Deus realiza grandes coisas na vida de Nossa Senhora, fazendo-a acompanhar o Filho nos caminhos da ressurreição. É sempre bom lembrar: Maria Santíssima, Assunta ao céu, é a mesma mulher humilde e servidora, que viveu em total sintonia com o projeto do Reino.

A proclamação do dogma da Assunção não é tão antigo. No entanto, desde os tempos apostólicos essa verdade já era aceita pelos cristãos. Em Portugal, no século XIV, um grande acontecimento veio aumentar a devoção popular a Nossa Senhora da Assunção.

Na véspera da festa da Assunção de 1385, os castelhanos, dispostos a tomar o poder, invadiram Portugal para não permitir que o Mestre de Avis, o futuro D. João I, sucedesse ao rei Dom Fernando, que morrera prematuramente sem deixar herdeiro masculino direto. O poderoso reino de Castela, disposto a arrebatar a coroa lusa, já havia atravessado a fronteira, quando Dom João I, com o apoio de todos os portugueses, recorreu à proteção da Virgem Maria, prometendo construir um grande templo se os lusitanos fossem vitoriosos. Os rogos foram atendidos. Portugal foi salva. Dom João I, num gesto de gratidão, ordenou que todas as catedrais do reino fossem consagradas à Senhora da Assunção, mandando também construir o famoso convento da Batalha.

O culto da Virgem da Assunção transpôs os mares e foi implantado no Brasil, onde inúmeras paróquias adotaram-na como patrona, especialmente a matriz de Cabo Frio e a catedral de Mariana.

A igreja de Nossa Senhora da Assunção de Cabo Frio está situada em frente à atual Praça Porto Rocha, no centro da cidade. Construída em 1615, em estilo jesuítico, possui altares barrocos. No altar-mor está a imagem da padroeira, esculpida em madeira, e na mesma data da construção da Igreja. Possui duas capelas: uma com a imagem de Nosso Senhor Morto e outra com a imagem de Nossa Senhora de Assunção. Esta imagem substituiu a Virgem Aparecida, considerada milagrosa e roubada há alguns anos. Destacam-se ainda as telas dos evangelistas João, Marcos, Mateus e Lucas, no teto sobre o altar-mor. Foi reformada em 1731.

A catedral de Mariana foi dedicada à Virgem da Assunção logo após a criação do bispado, em 1745, pelo papa Bento XIV. Em estilo barroco jesuítico é uma das mais ricas e importantes igrejas mineiras. Nela trabalharam Manuel Francisco Lisboa, pai do Aleijadinho, e Manuel da Costa Ataíde, famoso pintor, ao qual se atribui o painel da padroeira.

A capital do Ceará, a bela Fortaleza, tem também sua antiga igreja de Nossa Senhora da Assunção.

Sobre o altar-mor da Matriz aparece uma pintura de Maria elevada ao céu, cercada de anjos.
--------------------------------------------------------------------

FONTE: SITE CADÊ MEU SANTO

Nenhum comentário:

.