segunda-feira, 8 de fevereiro de 2010

TÍTULOS DE NOSSA SENHORA II


NOSSA SENHORA DA BOA VIAGEM

Os portugueses, grandes desbravadores dos oceanos, em sua devoção à Virgem não poderiam deixar de invocá-la em suas arriscadas viagens. Assim, deram-lhe o título de "Nossa Senhora da Boa Viagem", desde tempos imemoriais. Entretanto, a primeira igreja erigida em terras lusitanas sob esta invocação deu-se no ano de 1618, perto de Lisboa.

No Brasil o culto a Nossa Senhora da Boa Viagem passou primeiramente pela Bahia, onde foi construída uma pequena igreja junto à praia. Em Pernambuco, por volta de 1707, o Pe. Leandro Carmelo construiu uma capela, também junto à praia. Providenciou a confecção de uma imagem da Mãe de Deus que foi colocada sobre o altar-mor do templo, em torno do qual surgiu o famoso bairro da Boa Viagem, ponto turístico da capital pernambucana.

Ainda no século XVIII, foi construída, na baía de Guanabara, uma capela no alto da península junto a Niterói. Para custear as despesas do culto instituiu-se uma irmandade de pescadores e homens do mar. Todas as embarcações que aportavam ao Rio de Janeiro pagavam de boa vontade uma quantia para a manutenção do templo. Esta capela foi destruída por um incêndio em 1860 e reconstruída pela Sociedade Protetora dos Homens do Mar.

A devoção também aportou em locais afastados do litoral brasileiro. Por algo que só mesmo a Providência Divina pode explicar, a padroeira de Belo Horizonte, capital de Minas Gerais, é Nossa Senhora da Boa Viagem. O historiador Augusto de Lima Jr. conta que, como era costume, em meio a uma esquadra lusitana que chegou ao Rio de Janeiro em 1709 encontrava-se a nau Nossa Senhora da Boa Viagem. Seu comandante, não tendo condições de prosseguir viagem, pediu dispensa da Marinha Real e com alguns companheiros embrenhou-se nos sertões de Cataguás em busca de ouro. Entre os seus sequazes estava o piloto Francisco Homem del-Rei, que antes de arriscar-se no interior de Minas Gerais, retirou do navio abandonado o nicho com a imagem da Virgem da Boa Viagem e a levou como sua protetora.

Os aventureiros encontraram bastante ouro e se enriqueceram. Francisco del-Rei adquiriu terras no cerro de Congonhas, águas vertentes de um curral, isto é, fazenda de gado, que abastecia os mineradores da região. O antigo piloto aí construiu uma ermida em honra da Senhora da Boa Viagem, sua padroeira.

Essa capela foi destruída e em seu lugar, em 1905 ergueram a mais igreja antiga da cidade de Belo Horizonte, capital de Minas Gerais. Em estilo neogótico, abriga vitrais de grande beleza. O altar-mor é trabalhado em mármore carrara.

A propósito dessa Catedral, circula ainda uma lenda, que foi recolhida pelo estudioso do folclore Saul Martins. A lenda, se não desmente a história que se conta como verdadeira, serve para completá-la: "no começo do séc. XVII um português, acompanhado pôr três escravos de confiança, levava no lombo de dois burros, 15 arrobas ( aproximadamente 200 Kg ) de ouro em barras moedas e jóias. Ele foi perseguido por ladrões, quando passava pelo povoado de Curral d’El Rey. Para escapar do bando, ele resolveu enterrar a fortuna num tacho de cobre a 81 passos, em linha reta, contados da entrada principal da capela, em direção ao pico mais alto, à vista, da serra que deu o nome ao arraial. Vendo que não teria como escapar dos ladrões, o português mandou que um dos escravos levasse um mapa do tesouro para sua esposa em Caeté. Segundo a lenda, o português e os dois escravos foram mortos e o tesouro continua até hoje pôr lá. A antiga capela é hoje a Catedral de Boa Viagem!"

Nossa Senhora da Boa Viagem é também venerada na cidade de São Bernardo do Campo (SP), na pároquia com o mesmo nome, criada no dia 21 de outubro de 1812, quando desmembrou-se da freguesia da Sé. Em 1813, o governo adquiriu terras de um certo Sr. Manoel Rodrigues de Barros para criação do novo povoado e edificação do novo templo. Havia naquela época, na freguesia, 1.423 habitantes e 218 habitações, mas ainda não havia sido construída a igreja. Apesar das tentativas do Pe. José Basílio, somente em agosto de 1814 é enviado à freguesia o Tenente Coronel Engenheiro da Corte, Pedro Muller. Ele constatou que tanto a capela estava sem condições, como o local era impróprio para fundar um povoado. Escolheram um local mais aprazível, distante dali por uns 600 pés, cortado pela estrada geral, atual Avenida Marechal Deodoro. Possivelmente o ínicio da construção tenha ocorrido entre 1815 e 1818. Presume-se que sua conclusão só tenha ocorrido por volta de 1848. Segundo consta, desde de sua criação, ela já recebeu a denominação de Paróquia Nossa Senhora da Boa Viagem.

Em Portugal, mais precisamente na vila de Ericeira, todos os anos, nos dias 15 a 18 de agosto, desde 1947, a Senhora da Boa Viagem é homenageada com bailes, espetáculos, fanfarras, procissões, missa campal. É uma festa dos pescadores que todos os anos conta com uma comissão organizadora. Todos os anos o mar e a praia são abençoados.


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NOSSA SENHORA DA CABEÇA
Esta devoção mariana, de origem espanhola, teve início na Andaluzia, mais precisamente na Serra Morena, onde se encontra o Pico da Cabeça.

O pastor Juan de Rivas, depois de participar das guerras entre os mouros e os reis de Castela, mutilado e sem poder carregar armas, retirou-se à Serra Morena para apascentar um pequeno rebanho de sua propriedade. No dia doze de agosto de 1227, por volta da meia-noite, ouviu, em meio a fortes luzes que iluminavam o monte da Cabeça, o som aprazível de uma campainha.

Vencido o temor, aproximou-se do monte e viu, no meio de uma fogueira, a Virgem Maria. A esplendorosa Senhora lhe pediu para ir à cidade de Andújar dizer a todos que era vontade de Deus que ali se construísse um templo. Juan prometeu cumprir o que era pedido, mas manifestou sua insegurança: não acreditariam nele. Adivinhando seus pensamentos, a Virgem restituiu-lhe o braço perdido. Tal prodígio serviria de prova contra aqueles que duvidassem da veracidade de suas palavras.

Sem conter sua alegria, Juan dirigiu-se ao povoado para contar o prodígio. A população delirante foi ao monte para ver a imagem. Nossa Senhora da Cabeça foi proclamada padroeira da vila. Com a ajuda de cidades vizinhas construíram um belo santuário no lugar da aparição.

Maria Santíssima será invocada sob este título em outros locais da Espanha. Conta a tradição que alguns soldados procedentes de Andújar levavam sob sua proteção uma imagem da Virgem da Cabeça. Quando passaram na vila de Casas Ibáñez, os soldados pediram abrigo para si e para a imagem. A população os acolheu. Uma vez restabelecidos prosseguiram viagem. Com o objetivo de agradecer a hospitalidade, deixaram a imagem na casa de alguma daquelas famílias que foram tão receptivas. Os ibañeses, sensibilizados com o presente e agradecidos pelos favores que começaram a ser concedidos pela Virgem, resolveram construir-lhe uma ermida. A imagem passou a ser propriedade de todos e seu culto se espalhou pelas redondezas.

No Rio de Janeiro, em sua ex-catedral, ainda hoje se venera uma imagem de Nossa Senhora da Cabeça, à qual os devotos oferecem ex-votos em forma de cabeças de cera de todos os tamanhos. Tal devoção data dos tempos da fundação da cidade.

Quando de seu surgimento na Espanha, a devoção a Nossa Senhora da Cabeça não era associada à parte do corpo humano a qual este título mariano nos remete. "Cabeça" era apenas o nome do monte onde Maria Santíssima foi vista. Aqui no Brasil, ela costuma ser invocada para males que atacam o cérebro.

Os fiéis que padecem de cefaléia e as mães de filhos com problemas escolares a ela recorrem para a solução de seus males.

As imagens espanholas de Nossa Senhora da Cabeça não trazem a cabeça de cera masculina que encontramos na imagem que se encontra na ex-catedral do Rio de Janeiro.

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NOSSA SENHORA DE GUADALUPE

Um mistério de grande magnitude com o qual os cientistas se deparam é o da imagem de Nossa Senhora de Guadalupe, impressa no manto (tilma) de um indígena mexicano, chamado Juan Diego.
Segundo relato do próprio Juan Diego, uma senhora de radiante beleza apareceu-lhe no dia 9 de dezembro de 1531, quando ele se encaminhava à Missão Franciscana, na cidade vizinha, a fim de assistir à missa. Ela o chamou carinhosamente pelo nome e, após conversar com ele, prometeu vê-lo novamente. Num dos encontros seguintes, disse-lhe para pedir ao bispo para construir uma capela naquele local. Juan Diego procurou o bispo e este, não acreditando em suas palavras, pediu-lhe uma prova.

Ao se encontrar novamente com a senhora, transmitiu-lhe o pedido do bispo e ela mandou que subisse ao alto do morro e colhesse as mais lindas flores que lá encontrasse. Deveria guardá-las em seu manto e levá-las ao bispo, cuidando, porém, de abrir o manto apenas na presença dele. Juan Diego estranhou, pois era inverno e não poderia haver flores naquela época. Porém, fez como lhe fora mandado. Para o seu espanto, no local indicado, encontrou rosas das mais lindas espécies, as quais colheu e levou ao bispo. Chegando lá, abriu o seu manto e, para o assombro dos presentes, enquanto as rosas caíam do seu regaço ao chão, em seu manto foi se plasmando a imagem de uma linda mulher, tal como fora descrita por Juan Diego anteriormente.

A partir desse fenômeno, este manto passou a ser conhecido como o Manto de Nossa Senhora de Guadalupe, e se encontra exposto na Basílica de mesmo nome, no México.

O tecido do manto, onde está impressa a imagem, é uma urdidura feita com fibra de aiate, uma espécie de pita mexicana, que se decompõe por putrefação em aproximadamente vinte anos. Atualmente, já conta com 457 anos, estando em perfeito estado de conservação, apesar de ter permanecido por séculos exposto aos rigores do calor, do pó e da umidade.
Richard Kuhn, prêmio Nobel de Química, após examinar profundamente uma amostra da pintura, constatou que sua policromia não procede de corantes minerais, vegetais ou animais!
Submetida à análise fotográfica com raios infravermelhos, dois cientistas da NASA constataram que:
O manto não foi submetido a nenhum processo que pudesse atuar como elemento protetor, o que torna simplesmente inexplicável sua conservação.
Inexiste esboço prévio na "pintura", como os que se descobrem, pelo mesmo processo, nos quadros dos grandes mestres. A imagem foi pintada diretamente, sem esboços nem correções;
Não há pinceladas. A técnica utilizada é totalmente desconhecida na história da pintura. É inusitada, incompreensível e irreproduzível.
Não bastasse tudo isso, a imagem apresenta ainda um fenômeno incrível, a atestar sua origem e o objetivo com que foi produzida. Trata-se da descoberta do Dr. Aste Tonsmann, através da digitalização da íris dos olhos de Nossa Senhora. O processo utilizado consiste em dividir a imagem em quadriculados microscópicos de tal magnitude que um milímetro quadrado fica subdividido em 27.778 quadradinhos. Ampliando 2.000 vezes cada um desses quadradinhos, foi possível observar pormenores impossíveis de serem captados à simples vista. A íris humana reflete, como um espelho, as imagens que estão sendo observadas. Pois bem, a íris da pintura de Guadalupe está refletindo o seguinte: um índio em atitude de desdobrar a sua tilma diante de um franciscano; o próprio franciscano em cujo rosto se vê deslizar uma lágrima, um camponês muito jovem, com a mão posta sobre a barba em atitude de consternação; um índio com o dorso despido em atitude quase de oração; uma mulher de cabelos crespos, provavelmente uma negra da criadagem do bispo; uma mulher e uns meninos com a cabeça meio raspada e outros religiosos franciscanos.
É impossível alguém pintar num espaço pequeno como o da córnea de um olho impressa em uma imagem de tamanho aproximado ao do natural uma cena (presumivelmente aquela em que, segundo o relato citado, deu-se a aparição de Nossa Senhora na tilma), que foi preciso ampliar tanto para poder ser percebida.

Fonte: "Espiritualidade: Uma dimensão esquecida"
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NOSSA SENHORA DA MEDALHA MILAGROSA
ou
NOSSA SENHORA DAS GRAÇAS
Em primeirolugar leia: S. Catarina Labouré
Na tarde de um sábado, dia 27 de novembro de 1830, véspera do 1.o Domingo do Advento, em Paris, na capela das Irmãs Filhas da Caridade de São Vicente de Paulo, a noviça Irmã Catarina Labouré, teve uma visão de Nossa Senhora. A Virgem Santíssima estava de pé sobre um globo, segurando com as duas mãos um outro globo menor, sobre o qual aparecia uma cruzinha de ouro. Dos dedos das suas mãos, que de repente encheram-se de anéis com pedras preciosas, partiam raios luminosos em todas as direções, num gesto de súplica, Nossa Senhora oferecia o globo ao Senhor.

"A Virgem Santíssima - disse Irmã Catarina - baixou para mim os olhos e me disse no íntimo de meu coração: 'Este globo que vês representa o mundo inteiro (...) e cada pessoa em particular... Eis o símbolo das graças que derramo sobre as pessoas que as pedem'. Desapareceu, então, o globo que tinha nas mãos e, como se estas não pudessem já com o peso das graças, inclinaram-se para a terra em atitude amorosa. Formou-se em volta da Santíssima Virgem um quadro oval, no qual em letras de ouro se liam estas palavras que cercavam a mesma Senhora: Ó MARIA CONCEBIDA SEM PECADO, ROGAI POR NÓS QUE RECORREMOS A VÓS. Ouvi, então, uma voz que me dizia:

"Faça cunhar uma medalha por este modelo; todas as pessoas que a trouxerem receberão grandes graças, sobretudo se a trouxerem no pescoço; as graças serão abundantes, especialmente para aqueles que a usarem com confiança".
Então o quadro se virou, e no verso apareceu a letra M, monograma de Maria, com uma cruz em cima, tendo um terço na base; por baixo do M, os dois Corações, de Jesus e de Maria; o de Jesus, com uma coroa de espinhos e o de Maria atravessado por uma espada; contornava o quadro uma coroa de doze estrelas.
Irmã Catarina disse ainda que a Santíssima Virgem calcava aos pés uma serpente, alusão clara à palavra de Deus a Eva, depois do pecado: "Porei inimizade entre ti e a Mulher, entre a tua descendência e a dela. Ela te esmagará a cabeça e tu lhe ferirás o calcanhar" (Gn 3,15)
A mesma visão se repetiu várias vezes, sobre o sacrário do altar-mor; ali aparecia Nossa Senhora, sempre com as mãos cheias de graças, estendidas para a terra, e a invocação já referida a envolvê-la.
O Arcebispo de Paris, Dom Quelen, autorizou a cunhagem da medalha e instaurou um inquérito oficial sobre a origem e os efeitos da medalha, a que a piedade do povo deu o nome de "Medalha Milagrosa", ou "Medalha de Nossa Senhora das Graças". A conclusão do inquérito foi a seguinte: "A rápida propagação, o grande número de medalhas cunhadas e distribuídas, os admiráveis benefícios e graças singulares obtidos, parecem sinais do céu que confirmam a realidade das aparições, a verdade das narrativas da vidente e a difusão da Medalha". A primeira medalha foi entregue à Irmã Catarina. Em 1836, só o gravador já havia cunhado mais de 2 milhões de peças.
Nossa Senhora da Medalha Milagrosa é a mesma Nossa Senhora das Graças, por ter Irmã Catarina ouvido, no princípio da visão, as palavras: "Estes raios são o símbolo das ‘Graças’ que Maria Santíssima alcança para os homens.

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NOSSA SENHORA DO PERPÉTUO SOCORRO
Um piedoso negociante em Creta trouxe em meados do século XV a imagem milagrosa de Nossa Senhora do Perpétuo Socorro para Roma, onde ficou uns anos escondida em casa particular. Durante a travessia do Mediterrâneo, o navio que transportava a preciosa carga foi atingido por terrível tempestade, que ameaçava submergi-lo. Os tripulantes, sem saber da presença do quadro, recorreram a Virgem Maria. Logo a tormenta amainou, permitindo que a embarcação ancorasse, sendo salva num porto italiano.
No dia 29 de março de 1499 ela foi levada em solene procissão pelas ruas da cidade e colocada na igreja de São Mateus.

Na revolução de 1797, ficando aquela igreja em ruínas levaram a santa para a igreja de Santa Maria em Postérula. Ali seu culto foi olvidado.

Em 1852, os padres redentoristas construíram a igreja de Santo Alphonso no lugar da antiga igreja de São Mateus no dia 26 de abril de 1886 Nossa Senhora do Perpétuo Socorro em procissão de triunfo fez solene entrada naquele santuário. Desde aquela data sua devoção se irradiou por todo o planeta.
No Brasil esta invocação de Maria chegou no final do século passado com os padres da Congregação do Santíssimo Redentor que aqui se estabeleceram em 1893.

A ilha de Creta esteve durante muitos séculos dominada pelos muçulmanos, que destruíram muitos documentos cristãos, por isso nada se descobriu sobre a origem do milagroso ícone, nem mesmo na igreja onde ele era venerado antigamente. É uma pintura sobre madeira, em estilo bizantino, onde se enlaçam a arte e a piedade, a elegância e a simplicidade. Dizem os entendidos que deve ser uma das diversas cópias do retrato da Virgem Santíssima feito por São Lucas e que o pintor era grego, porque são helênicas as letras das inscrições.
Desde que reapareceu em Roma em 1866, a imagem milagrosa de Nossa Senhora do Perpetuo Socorro , todos unanimemente exclamaram que Deus quis dar a Igreja perseguida mais uma proteção. Foi esse o sentimento geral dos romanos que o glorioso pontífice Pio IX partilhou. Pois , não contente de restabelecer o culto da santa imagem , quis ele próprio, como o mais humilde dos fiéis ir ajoelhar-se-lhe aos pé.
No dia 6 de maio de 1866, no momento em que começava o mês de Maria na igreja de Santo Afonso, Pio IX apareceu de repente, atravessou a multidão que não o esperava, dirigiu-se ao altar de Nossa Senhora do Perpetuo Socorro e orou ali algum tempo em silencio. Depois subindo os degraus do altar, examinou em todos os pormenores a preciosa imagem como a excitar a sua confiança. ”Oh , como é linda!”. Colocou uma cópia no seu oratório e dedicou-lhe grande devoção. Foi sem dúvida na contemplação desta imagem que Pio IX encontrou o segredo daquela confiança que o animava na crise terrível que a Igreja atravessou.

Historia do ícone de Nossa Senhora do Perpetuo Socorro

A tradição diz que este quadro teria sido pintado por São Lucas, mas nada pode ser provado neste sentido. Outra versão diz que o quadro teria sido pintado por um artista russo em torno de 1325.
A Paixão de Jesus é representada pelos instrumentos da paixão mostrado pelos anjos, principalmente a cruz, a lança, a esponja e os pregos.
Os dois arcanjos são Miguel e Gabriel. Miguel segura a lança e a esponja com o vinagre usado na Paixão. Gabriel segura a cruz, uma cruz estilo bizantino e os pregos que fixaram Jesus nela.
O Menino Jesus com medo destas visões se aconchega aos braços de sua Mãe.
Os dedos da Virgem Maria apontam para Jesus como a indicar: “Este é o Senhor Nosso Deus”.
As letras gregas usualmente usam a primeira e a ultima letra de um nome, assim Maria é identificada como Mãe de Deus e o Menino é identificado como Filho de Deus.
Aqui temos uma versão do icone que aparece as letras com grande clareza:
As letras identificando Nossa Senhora estão grande e claras.Você pode ver M perto de Miguel a esquerda. As letras de Jesus são “IC CX”. O “C” é o S em grego ; O “I” é nosso J; o “X” é o nosso “CH” assim as letras em gregos são a abreviação de “Jesus Cristo”.
Dois significados vem a nossa mente quando contemplamos o icone.
Um tem a haver com o pé torcido com a sandália solta e pendurada.
Mostrar a sola do pé significa humildade. O filho de Deus se humilha ao se tornar um homem.
O outro significado foca na sandália aparentemente solta quando o Filho correu para a sua Mãe para conforto. Em nosso medo e em nossas necessidades nós devemos correr também bem depressa para Ela.
TEXTO: irmã salesiana Ivete Terezinha, responsável pela pesquisa e pelo texto.


NOSSA SENHORA AUXILIADORA

A DEVOÇÃO A MARIA AUXILIADORA

A devoção a Nossa Senhora Auxiliadora, tem seu começo em datas muito remotas, nascida no coração de pessoas piedosas que espalharam ao seu redor a devoção mariana. Assim a Mãe de Deus foi sempre conhecida como condutora da felicidade de todo ser humano. E Maria, sempre esteve junto ao povo, sobretudo do povo simples que não sofre as complicações que contornam e desfazem, muitas vezes, a vida humana, mas que é levado pelas emoções e certezas apontadas pela simplicidade do coração.
Em 1476, o Papa Sisto IV deu o nome de “Nossa Senhora do Bom Auxílio” a uma imagem do século XIV-XV, que havia sido colocada em uma Capelinha, onde ele se refugiou, surpreendido durante o caminho, com um perigoso temporal. A imagem tem um aspecto muito sereno, e o símbolo do ‘auxílio’ é representado pela meiguice do Menino segurando o manto da Mãe.
Com o correr dos anos, entre 1612 e 1620, a devoção mariana cresceu, graças aos Barnabitas, em torno de uma pequena tela de autoria de Scipione Pulzone, representando aspectos de doçura, de abandono confiante, de segurança entre o Menino e sua santa Mãe. A imagem ficou conhecida como “Mãe da Divina Providência”. Esta imagem tornou-se como que meta para as peregrinações de muitos devotos e também para muitos Papas e até mesmo para João Paulo II. Devido ao movimento cristão em busca dos favores e bênçãos de Nossa Senhora e de seu Filho, o Papa Gregório XVI, em 1837, deu-lhe o nome de “AUXILIADORA DOS CRISTÃOS”. O Papa Pio IX, há pouco tempo eleito, também se inscreveu no movimento e diante desta bela imagem, ele celebrou a Missa de agradecimento pela sua volta do exílio de Gaeta.
Mais tarde também foi criada a ‘Pia União de Maria Auxiliadora’, com raízes em um bonito quadro alemão.
E chega o ano de 1815: Nasce aquele que será o grande admirador, grande filho, grande devoto da Mãe de Deus e propagador da devoção a Maria Auxiliadora, o Santo dos jovens: SÃO JOÃO BOSCO. Neste ano era também celebrado o Congresso de Viena e foi a época em que, com a queda do Império Napoleônico, começa a Reestruturação Européia com restabelecimento dos reinos nacionais e das suas monarquias dinásticas
Em 1817, o Papa Pio VII benzeu uma tela de Santa Maria e conferiu-lhe o título de “MARIA AUXILIUM CHRISTIANORUM”.
Os anos foram se sucedendo e o rei Carlo Alberto, foi a cabeça do movimento em prol da unificação da Itália, e ao mesmo tempo, os atritos entre Igreja e Estado, deram lugar a uma forte sensibilização política, com atitudes suspeitas para com a Igreja. E como não podia deixar de ser, Dom Bosco, lutador e defensor insigne da Igreja de Cristo, ficou sendo mira forte do governo e foi até obrigado a fugir de alguns atentados. Sim, tinha de fato inimigos que não viam bem sua postura positiva a favor da Igreja e nem tão pouco a emancipação da classe pobre, defendida tenazmente pelo Santo.
Pio IX, então cabeça da Igreja, manifestou-se logo a favor de uma devoção pessoal para com a Auxiliadora e quando este sofrido Pontífice esteve no exílio, o nosso Santo lhe enviou 35 francos, recolhidos entre seus jovens do oratório. O Papa ficou profundamente comovido com esta atitude e conservou uma grande lembrança deste gesto de afeto de D.Bosco e da generosidade dos rapazes pobres.
E continuam muitas lutas políticas, desavenças, lutas e rixas entre Igreja e Estado. Mas a 24 de maio, em Roma, o Papa Pio IX preside uma grandiosa celebração em honra de Maria Auxiliadora, na Igreja de Santa Maria. E em 1862, houve uma grandiosa organização especificamente para obter da Auxiliadora, a proteção para o Papa diante das perseguições políticas que ferviam cada vez mais, em detrimento para a Igreja de Jesus Cristo.
Nestes momentos particularmente críticos, entre 1860-1862 para a Igreja, vemos que D.Bosco toma uma opção definitiva pela AUXILIADORA, título este que ele decide concentrar a devoção mariana por ele oferecida ao povo. E justamente em 1862, ele tem o “Sonho das Duas Colunas” e no ano seguinte seus primeiros acenos para a construção do célebre e grandioso Santuário de Maria Auxiliadora. E esta devoção à Mãe de Deus, desde então se expandiu imediata e amplamente.
Dom Bosco ensinou aos membros da família Salesiana a amarem Nossa Senhora, invocando-a com o título de AUXILIADORA. Pode-se afirmar que a invocação de Maria como título de Auxiliadora teve um impulso enorme com Dom Bosco. Ficou tão conhecido o amor do Santo pela Virgem Auxiliadora a ponto de Ela ser conhecida também como a "Virgem de Dom Bosco".

Escreveu o santo: “A festa de Maria Auxiliadora deve ser o prelúdio da festa eterna que deveremos celebrar todos juntos
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NOSSA SENHORA DA CONCEIÇÃO - 
NOSSA SENHORA DA IMACULADA CONCEIÇÃO

Ou Imaculada Conceição
Este título na verdade seria Imaculada Concepção ou seja Ana e Joaquim se encontraram no local chamado “Portão de Ouro” e Maria foi concebida sem o pecado original ou seja Imaculada Concepção que no Brasil ficou Imaculada Conceição ou simplesmente Conceição.Veja: Santa Ana
A Concepção de Maria é celebrada no dia 8 de dezembro e como a gravidez oficial de Santa Ana foi de exatos nove meses, Maria nasceu no dia 8 de setembro ( Natividade de Nossa Senhora).

Trata-se de um título litúrgico, pelo qual os católicos professam a prerrogativa concedida unicamente a Nossa Senhora: Maria foi concebida sem a mancha do pecado original, e nasceu, portanto, sem o pecado original. Vale dizer: ela é toda santa, a cheia de graça, desde o momento de sua concepção.
O dogma da Imaculada Conceição de Nossa Senhora foi proclamado pelo papa Pio IX, em 1854, com a Bula Ineffabilis Deus. Esta solene definição pontifícia foi resultado de um desenvolvimento da devoção popular aliada a intervenções papais e infindáveis debates teológicos. O calendário romano já incluia a festa em 1476. Contudo, no sétimo século esta celebração já existia no Oriente. Em 1570, Pio V publicou o Novo Ofício e em 1708 Clemente XI estendeu a festa, tornando-a obrigatória a toda cristandade. Quatro anos após a proclamação do dogma por Pio IX, Maria Santíssima apareceu a Bernadette Soubirous dizendo: "Eu sou a Imaculada Conceição".
Em Portugal, o culto foi oficializado por Dom João IV, primeiro rei da dinastia de Bragança, que fora aclamado a 1º de dezembro de 1640, quando se iniciava a oitava da festa da Imaculada Conceição. Seis anos depois, com a aprovação das Cortes de Lisboa, o rei dedicou à Virgem Imaculada o reino português. O solar da padroeira é Vila Viçosa, que deu seu nome a uma ordem honorífica instituída por Dom João VI em 1818, com a denominação de Ordem de Nossa Senhora da Conceição de Vila Viçosa.
No Brasil existem cerca de 533 paróquias dedicadas à Virgem Imaculada. A primeira imagem chegou em uma das naus de Pedro Álvares Cabral. Os Frades Menores Franciscanos foram os propagadores dessa devoção.
Na UBAMDA ela é venerado como Oxum, deusa dos rios.
Sua festa é celebrada no dia 8 de dezembro
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FONTE SITE CADÊ MEU SANTO

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